“Não me envergonho do Evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego.” Romanos 1:16
NÃO É TUDO RELATIVO
Vivemos
na era do Relativismo – um sistema de crenças baseado na absoluta
certeza de que não há absolutos. Hipocritamente aplaudimos homens que
buscam a verdade, mas executamos em praça pública qualquer um que seja
arrogante o suficiente para acreditar que a encontrou. Vivemos numa era
de trevas auto-impostas, e a razão disso acontecer é clara. O homem
natural é uma criatura decaída, é moralmente corrupto, obstinado na sua
autonomia (i.e.,no seu auto-governo). Odeia a Deus porque Ele é Justo,
e odeia as Suas leis porque censuram e restringem a sua maldade. Ele
odeia a verdade porque revela o que ele realmente é. Ele quase acaba
com o que ainda permanece na sua consciência. Portanto, o homem decaído
busca empurrar a verdade – especialmente a verdade sobre Deus – para o
mais longe possível. Ele vai até onde for preciso para suprimir a
verdade, mesmo a ponto de fingir que tal coisa não existe ou que, se
existe, não pode ser conhecida nem ter alguma coisa a ver com as nossas
vidas. Não é Deus que se esconde, é o homem. O problema não é o
intelecto, é a vontade. Como um homem que esconde a sua cabeça na areia
para evitar o ataque de um rinoceronte, o homem moderno nega a verdade
de um Deus justo e os Seus absolutos morais, na esperança de silenciar
a sua consciência e de esquecer o julgamento que ele sabe ser
inevitável. O Evangelho cristão é um escândalo para o homem e para a
sua cultura, porque faz a única coisa que ele mais quer evitar –
desperta-o do seu auto-imposto “sono” para a realidade da sua situação
decaída, da sua rebelião; chama-o à rejeição da sua autonomia e à
submissão a Deus, através do arrependimento e fé em Jesus Cristo.
NÃO ESTÃO TODOS CORRETOS
Vivemos
numa era de Pluralismo – um sistema de crenças que põe fim à verdade,
declaran do que tudo é verdade, especialmente no que diz respeito à
religião. Pode ser difícil para o cristão contemporâneo entender, mas
os cristãos que viveram nos primeiros séculos da fé foram marcados e
perseguidos como se fossem ateus. A cultura que os envolvia estava
imersa em teísmo. O mundo estava cheio de imagens de deuses, a religião
era um negócio crescente. Os homens não só toleravam os deuses uns dos
outros, como também os trocavam e partilhavam. O mundo religioso ia
muito bem até chegarem os cristãos e declararem que “deuses feitos com
as mãos não são deuses.” Eles negaram aos Césares as honras que eles
exigiam, recusaram dobrar os joelhos aos outros ditos “deuses”, e
confessaram Jesus apenas como Senhor de tudo. O mundo inteiro assistiu
boquiaberto a tal arrogância e reagiu com fúria contra a intolerável
intolerância dos cristãos à tolerância.
Este
mesmo cenário abunda no nosso mundo hoje em dia. Contra toda a lógica,
dizem-nos que todas as posições em relação à religião e moralidade são
verdadeiras, não importa quão radicalmente diferente se contraditórias
possam ser. O aspecto mais espantoso de tudo isto é que, através dos
incansáveis esforços da mídia e do mundo acadêmico, isto rapidamente se
tornou a opinião da maioria. Contudo, o pluralismo não lida com o
problema nem cura a maleita. Apenas anestesia o paciente para que já
não sinta nem pense mais. O Evangelho é um escândalo porque despertao
homem do seu sono e recusa-se a deixá-lo descansar numa base tão
ilógica. Força-o a chegar a alguma conclusão – “Até quando vão coxear
entre dois pensamentos? Se o SENHOR é Deus, sigam-no; mas se é Baal,
sigam-no.”
O verdadeiro Evangelho é
radicalmente exclusivo. Jesus não é “um” caminho, mas “o” caminho.3 E
todos os outros caminhos não são o caminho. Se o cristianismo desse
mais um pequeno passo que fosse no sentido de um ecumenicalismo mais
tolerante, e trocasse o artigo definido “o” pelo artigo indefinido
“um”, o escândalo desapareceria; o mundo e o cristianismo podiam ser
amigos. Contudo, quando isto acontecer, o cristianismo deixou de ser
cristianismo. Cristo é negado e o mundo fica sem Salvador.
O HOMEM NÃO É A MEDIDA
Vivemos
numa era de Humanismo. Nas últimas décadas, o homem tem lutado para
expurgar Deus da sua consciência e da sua cultura. Derrubou todos os
altares visíveis ao “Único Deus Vivo” e ergueu monumentos para si
mesmo, com o zelo de um religioso fanático.Fez de si próprio o centro, a
medida e o fim de todas as coisas. Louva o seu mérito inato, exige
honra à sua auto-estima e promove a sua auto-satisfação e
auto-realização como o maior bem. Justifica a sua consciência culpada
com os resquícios de uma antiquada religião de culpa. Procura livrar-se
de qualquer responsabilidade pelo caos moral que o envolve, culpando a
sociedade, ou pelo menos a parte da sociedade que ainda não atingiu o
seu nível de entendimento. A mínima sugestão de que a sua consciência
pudesse estar certa no seu testemunho contra ele, ou que ele pudesse
ser responsável pelas quase infinitas doenças que há no mundo, é
impensável. Por este motivo, o Evangelho é um escândalo para o homem
decaído, pois expõe a sua ilusão acerca de si mesmo e convence-o da sua
situação decaída e da sua culpa. Esta é, essencialmente, a “primeira
ação” do Evangelho; é por isso que o mundo detesta tanto a pregação do
verdadeiro Evangelho. Arruína a sua festa – estraga prazeres – destrói a
sua fantasia e expõe que “o rei vai nu”.
As
Escrituras reconhecem que o Evangelho de Jesus Cristo é uma “pedra de
tropeço”4 e “loucura” para os homens, em todas as gerações e culturas.
Contudo, tentar remover o escândalo da mensagem é invalidar a cruz de
Cristo e o seu poder salvador. Temos que entender que o Evangelho não
apenas é escandaloso, mas que é suposto que o seja!Através da loucura
do Evangelho, Deus destruiu a sabedoria dos sábios, frustrou a
inteligência das grandes mentes e abateu o orgulho de todos os homens,
para que no fim nenhuma carne se possa gloriar na Sua presença, mas
como está escrito: “Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor.”
O
Evangelho de Paulo não só contradizia a religião, a filosofia e a
cultura dos seus dias, mas declarava-lhes guerra. Recusava tréguas ou
tratados com o mundo e satisfazia-se com nada menos do que absoluta
rendição da cultura ao senhorio de Jesus Cristo. Fazemos bem em seguir o
exemplo de Paulo. Temos que ser cuidadosos para evitar qualquer
tentação de conformarmos o nosso Evangelho às modas de hoje ou aos
desejos de homens carnais. Não temos o direito de deturpar, de suavizar
a sua ofensa nem de civilizar as suas exigências radicais, para o
tornarmos mais atraente a um mundo caído ou a carnais membros de
igrejas. As nossas igrejas estão cheias de estratégias para serem mais
“agradáveis”, pondo o Evangelho noutra embalagem, removendo a pedra de
tropeço e amaciando o gume da espada, para ser mais aceitável aos
homens carnais. Devemos ser sensível ao que busca, mas devemos perceber
que: há só Um que busca e este é Deus. Se nos esforçamos para fazer
nossas igrejas e mensagens confortáveis, façamos confortáveis para Ele.
Se queremos erguer uma igreja ou ministério, vamos fazê-lo com uma
paixão por glorificar a Deus e com um desejo de não ofender a Sua
glória. Não importa o que o mundo vai pensar de nós! Não buscamos
honras na terra, mas a honra do céu deve ser o nosso desejo.
Tradução: portal-cristao.blogspot.com
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