segunda-feira, 17 de outubro de 2011

“O vocalista dos Raimundos morreu aos 27 anos”, afirma Rodolfo Abrantes

Divina Intervenção
Há uma década, Rodolfo Abrantes trocou o papel de líder de uma das maiores bandas de rock do Brasil pelo Evangelho. Hoje, decreta sem olhar para trás: “O vocalista dos Raimundos morreu aos 27 anos”

No último mês de maio, em um pequeno palco sob uma tenda em uma rua residencial da cidade de Araucária, Paraná, Rodolfo Abrantes era o convidado especial do aniversário da Igreja Bola de Neve local. Enquanto o Raimundos, sua ex-banda, se apresentavam para cerca de 45 mil pessoas a 30 quilômetros dali, em Curitiba, Rodolfo se postava diante de aproximadamente 200 pessoas, em uma estrutura semelhante à de uma festa junina, com lona colorida e espetinhos de carne à venda para o público. Rodolfo tocou até quando a chuva permitiu – depois, a água acabou desligando os equipamentos. Antes disso, botou para pular algumas dezenas de adolescentes sem medo da chuva, com “Minha Maior Riqueza”, do álbum Santidade ao Senhor (2006), e “Saudade de Casa”, de Enquanto É Dia (2007).

“O Rodolfo dos Raimundos morreu aos 27 anos”, decreta ele próprio, quando o encontro pela terceira vez em um mês, agora em São Paulo, sete dias após a morte de Amy Winehouse. Relembrando como o vi na outra ocasião, se apresentando em um palco simples no interior paranaense, aquela sentença faz todo sentido. Embora as roupas deste até coubessem naquele dos anos 90 – jaqueta preta de náilon, blusa de flanela xadrez, calça jeans e botas –, ali, sob frio e chuva, cantando sobre o que Deus fez em sua vida, fica evidente que o Rodolfo do Raimundos não existe mais. Então, quem é esse homem com físico de atleta, tatuagem forrando os braços e subindo pelo pescoço, guitarra pendurada quase na altura dos joelhos, que canta versos como “Só Jesus faz meu dia melhor/ Tu és o motivo de me sentir cada vez mais vivo/ Te chamo de pai, tu és tudo o que eu preciso/ Rei eterno e meu Deus vivo”?

Rodolfo Abrantes é hoje um missionário. Aos 39 anos, é membro da Igreja Bola de Neve em Balneário Camboriú (SC), onde mora. Cita trechos da Bíblia com a facilidade de um teólogo veterano. Passa os finais de semana na estrada, acompanhado por sua banda atual e, na maioria das vezes, pela esposa, Alexandra, com quem está casado há dez anos. Desde então, tem o rock como um veículo para falar de Jesus. Durante a semana, pega onda e, sempre que precisa, realiza voluntariamente os cultos das quartas-feiras na igreja local. Para sua fase “zen-cristã-surfista”, a cidade do litoral catarinense é o cenário ideal. Seu sustento vem das vendas de CDs, cachês das apresentações e contribuições voluntárias das igrejas onde toca.

Encontro Rodolfo pela segunda vez em um sábado, 2 de julho, descarregando os próprios equipamentos em uma entrada lateral da Bola de Neve, em Curitiba. Ao seu lado, estão o baixista Victor Pradella, de longos dreadlocks, o baterista Anderson Kuehne “Xexéu” (“meus melhores amigos”, ele diria mais tarde) e um cinegrafista que registrou três dias na vida do ex-Raimundos para um programa de TV. Rodolfo e a banda são os convidados do aniversário de cinco anos do motoclube da igreja, com foco em ação social e na evangelização de seus pares.

Enquanto a igreja enche lá fora, Rodolfo relaxa jogando videogame no backstage. Victor, Xexéu e um amigo de Rodolfo, vindo de Camboriú, se revezam em partidas de Pro Evolution Soccer. Quando Rodolfo assume o joystick, os amigos se preparam para rir. Xexéu alerta: “Ele costuma ficar nervoso quando joga”. Com a seleção brasileira da Copa do Mundo de 2006, o vocalista enfrenta a Argentina. “O Gilberto Silva é uma velha”, solta, enquanto vê o meio-campo argentino botar na roda o brasileiro. A Argentina faz 1 a 0 e Victor e Xexéu gargalham. Mesmo com a derrota, a tensão se vai assim que o jogo acaba – depois do show, Rodolfo retoma o game e, enfim, vence os rivais. Antes de subirem ao palco, os três se juntam para uma última oração.





No show, Rodolfo intercala as músicas com mensagens rápidas à audiência: “Que a altura da nossa alegria seja proporcional à autenticidade da nossa adoração”. Ao sentir o clima favorável, após um tempo cantando o verso “Deus, vem derramar tua vida em mim”, ele olha para Victor e diz, duas vezes: “É agora”. Ali, se desfaz da guitarra e inicia a pregação, na qual repassa a sua história e aponta para os céus.

Nascido em 20 de setembro de 1972, no Distrito Federal, Rodolfo Gonçalves Leite de Abrantes cresceu em uma cidade cuja identidade ainda estava em formação. Filho de médicos paraibanos que migraram para a capital do país a fim de concluírem os estudos, ele estava fora do padrão: não tinha pais políticos ou diplomatas. O orgulho de ser brasiliense veio com a geração roqueira local, que ele viu nascer a algumas quadras da sua casa (em frente à do amigo guitarrista Digão), em um bar chamado Gilbertinho. Dali até o Raimundos, foi um pulo.

“Tudo o que sabiam de mim era ‘Rodolfo dos Raimundos’. E aquela coisa louca... parecia que eu era aquilo. Só que eu não era aquilo, eu tinha me tornado aquilo”, ele diz. “Fiquei muito diferente do que eu estava, não do que eu era. Porque aquele dos Raimundos não era o que eu era, mas o que eu estava.” Sentado no confortável sofá do backstage, ele se esforça para se explicar. “Deus foi me transformando; ele transforma a gente de dentro para fora. Então, hoje sou diferente do que eu estava, mas não estou diferente do que eu era.” A saída de Rodolfo do posto de frontman do Raimundos se deu uns cinco meses após sua entrada para a igreja, em 2001. E a tempestade de críticas deixou-o de guarda armada em um primeiro momento. “[À época] eu não dava entrevista, eu fazia a minha defesa. Eu estava num tribunal sendo acusado de ter traído o rock”, ele lembra, emendando uma pergunta com uma resposta. “Meu, eu não posso fazer o que eu quiser da minha vida? Não, pelo jeito não."

por FILIPE ALBUQUERQUE



Testemunho Rodolfo Abrantes

(...) “Estava nesse estado, sozinho, morando em São Paulo, com uma vida louca, trezentas namoradas por aí espalhadas, drogas a valer, balada todos os dias, fã de montão, disco de platina, dinheiro na conta, agenda lotada de shows, e completamente infeliz.”

(...) ”Eu aceitei Jesus naquele dia, sabe porquê? Porque Deus dominou o lugar, Deus dominou o lugar completamente...”

“Jesus estava a caminho da crucificação, já tinha sido humilhado de todas as formas, naquele momento faltaram-lhe forças. Um homem cirineu, chamado Simão, estava vindo do campo, e a guarda romana o constrangeu para ajudar Jesus a carregar a sua cruz. (Lucas 23:26).

Sucesso - No ano de 2000, eu estava cheio do que o mundo diz que é o auge, que é tesouro, que é beleza, fama, dinheiro, e tudo isso que o mundo pode oferecer para uma pessoa, e as pessoas se matam por isso. Eu estava cheio de tudo isso, mas por dentro eu estava na maior miséria que eu já enfrentei na vida.

Família - Eu viajei com meu irmão pra a Praia da Pipa para passar um reveillon junto com ele e naquele mês que eu passei com ele eu só sabia falar cinco frases que eram: "vamo fumá", "vamo comê", "vamo chapá", "vamo surfá" e "vô não".

Porque quando ele me chamava para fazer uma coisa diferente dessa eu dizia  "vô não". Em um mês eu falei apenas cinco frases com meu irmão, de tão drogado que eu era, de tão infeliz, de tão sem assunto, de tão vazio, porque ninguém dá o que não tem. Como é que eu ia falar alguma coisa, eu não tinha nada!

Vazio - Eu era seco, vazio, um nada , um boneco, corpo presente ali. Em qualquer lugar que eu estivesse, minha cabeça estava em Marte. Eu não sabia nem onde é que estava. Tem cidades que eu fui que eu nem sabia que tinha ido. Lesado, completamente drogado. Estragado. Usava droga desde os treze anos de idade. Mas Deus viu a minha situação e sabia que dali em diante eu não conseguia carregar nada sozinho.
Programa Altas Horas - Testemunho

Doença - Eu estava morrendo, e com os sintomas de um monte de doenças no meu corpo. Por ser filho de médicos (mãe pediatra e pai ginecologista e obstetra) conheço um pouco de doença, então sabia que o que tinha no meu corpo era algo muito sério. Comecei a emagrecer de uma hora para outra, e tinha uma dor no estômago que me corroía todos os dias.

Começou a aparecer um monte de caroços debaixo do braço que doíam muito, cheguei a contar nove caroços debaixo do braço, fora os da virilha que eram enormes, doíam demais. Eu tinha que tomar dois antiinflamatórios por dia para poder fechar os braços. Eu estava em um estado terrível porque sabia que ia morrer. Ter saúde é uma bênção.

Solidão - Estava nesse estado, sozinho, morando em São Paulo, com uma vida louca, trezentas namoradas por aí, espalhadas, drogas a valer, balada todos os dias, fãs de montão, disco de platina, dinheiro na conta, agenda lotada de show e completamente infeliz. Aí tinha a Alexandra, que é minha esposa, que "estava passando, vindo do campo" Eu a conheci em 1994, e fui reencontrá-la no ano de 2000.

Isaías 9

Namorada - Deus nos colocou juntos de uma forma milagrosa pois havia seis anos que tínhamos nos conhecido e pelo menos uns três que não nos víamos e eu me reencontrei com ela e nós não nos desgrudamos mais. Trouxe-a para São Paulo, para morar comigo. Ela estava mais drogada do que eu. As drogas que ela consumia eram muito mais fortes dos que as que eu usava. Mas acontece que a Alexandra tinha uma coisa dentro dela que eu não tinha, uma coisa que vale mais do que o mundo inteiro.



Ela tinha uma semente que se chama Palavra de Deus dentro do coração dela, porque aos quinze anos, quando ela me conheceu, ela conheceu a Jesus também. Só que naquela época ela não seguiu nem a mim e nem a Jesus. Mas era o suficiente para saber que Jesus era o auxílio na hora da dificuldade. Toda vez que a coisa ficava preta, ela corria para dentro da igreja.

Essa era a mulher que Deus colocou ao meu lado, uma mulher torta. Muita gente podia dizer que essa mulher era pior do que eu. Mas Deus não faz acepção de pessoas e Deus escolhe quem quer. Não interessa se você é o Presidente da República ou se você é gari. Um homem torto, com uma mulher torta. E começamos a brigar e a nos agredir.


Infelicidade - A nossa vida virou um reflexo de tudo o nós fazíamos: um casal drogado, vivendo em pecado, na mentira, porque os pais dela nem sabiam que ela morava comigo. Lá na casa dos pais dela podiam falar cão, mas não podia falar Rodolfo. Hoje minha sogra é uma bênção e trabalha conosco lá na igreja.

O cenário para o diabo operar estava completo. Mas Deus, que é o todo poderoso, começou a mexer as coisas também. E a Alexandra começou a buscar a JESUS e a se encher. E dizer: Se tu me deres o Rodolfo, eu nunca mais te largo.

E o fogo começou a aumentar e os capetas tentando apagar através de mim, que era um saco de demônio, mas Deus estava ali protegendo a brazinha dela e o foguinho foi pegando e pegou num ponto que consumiu o Rodolfo no coração dela, ao ponto dela dizer: Senhor, com Rodolfo ou sem Rodolfo eu nunca mais te largo!

Jesus é minha maior riqueza

Mudança - Já não era eu mais em primeiro lugar, era Jesus aí estava do jeito que Deus gosta. Deus estava em primeiro lugar, aí Deus começou a transbordar na vida dela. Ela convidou umas irmãs para fazer uma campanha de oração dentro de casa, porque essas irmãs também foram Cirineu, para ajudar a Alexandra a carregar a cruz dela, não pense que ela conseguiu sozinha.

Elas começaram uma campanha de sete segundas-feiras lá em casa. Eu fugi das três primeiras, na quarta, Deus me pegou, não teve jeito. Eu não queria saber de crente e achava que era a pior raça, que crente só servia para tirar dinheiro. ‘Eu sou doido, mas crente é ainda mais doido, não presta’. Eu aceitei Jesus naquele dia, sabe porquê? Porque Deus dominou o lugar, Deus dominou o lugar completamente, eu não sabia isso na hora, claro. Hoje eu sei.

Aquelas irmãs chegaram com simplicidade. Eu que nunca tinha visto um culto evangélico na minha vida, o primeiro era um culto ultra, mega, super pentecostal ao extremo dentro de casa, dentro da sala em que eu fumava maconha.

Era irmã correndo, dentro do banheiro todo enfumaçado em que eu tinha acabado de fumar, estava lá a irmã orando. Era irmã pra tudo quanto é lado. E eu perguntava: Deus que negócio é esse? Sabe o que aconteceu? Deus tomou conta do lugar, Deus tomou conta.

Presença de Deus - Era a presença de Deus enchendo aquilo ali. Glória a Deus! Aceitei Jesus naquela tarde, meio sem saber o que estava fazendo. Não sei porque eu aceitei Jesus. Acho que foi para elas irem embora. Mas eu aceitei Jesus e Ele entrou e não teve mais como escapar, Ele entrou.


Abrindo o coração - E quando Ele entrou, começou a trabalhar, e começou a mexer as coisas. Passou uma semana, e o Rodolfão estava lá no segundo culto da vida dele, dentro de casa, porque eu era tão doido que eu nunca ia pisar numa igreja, e aí Deus é tão misericordioso que Ele enfiou uma igreja prontinha dentro de casa.

Cura - Nessa segunda semana, Deus se revelou para mim dessa maneira a irmã começou a orar sem eu pedir nada. Ela começou a orar e abaixou a mão até a minha barriga e me disse que Jesus estava me curando de um câncer para você saber que Ele é Deus, que Ele te ama e que Ele tem uma grande obra para fazer na sua vida.Ela falou que era um câncer de estômago.

Meu avô morreu de câncer, dois tios meus morreram de câncer no estômago, duas tias minha tiveram que arrancar os seios porque tiveram câncer; era uma maldição que se alastrava na minha família. Graças a Deus Jesus Cristo cortou quando chegou em mim. Naquela tarde a minha dor de estômago desapareceu, e todos os caroços que eu tinha desapareceram.


Restauração - Passei a engordar, ceguei a engordar uns 18 quilos, não e uma hora para outra, fui ficando saudável e engordando, feliz, Jesus foi entrando em minha vida. Fui curado, passei a viver apaixonadamente por Jesus e aquelas irmãs viraram Cirineus em minha vida. Começaram a me ajudar, com muito amor. Fomos caminhando

Testemunho da esposa do ex Raimundos

Os Raimundos - Fui expelido daquela banda como um dente que cariou e que tem que ser arrancado. Deus me tirou de lá. Graças a Deus, no momento certo. Levei muitas pedradas por causa disso, levo até hoje. Deus tem um treinamento intensivo com quem se coloca à disposição. Você quer servir a Cristo? Então te prepara irmão! É um privilégio maravilhoso sofrer por Jesus Cristo.


Milagres - Naquele momento os pais da Alexandra que estavam desviados, começaram a ver a obra, a ver que agente não se drogava mais, que estávamos noivos, depois nos casamos rapidinho. Em meu primeiro testemunho, subi no púlpito e comecei a chorar. Eu só sabia dizer: fui curado e não uso mais droga, não conseguia falar nada, só chorava.

Eu não entendia mais nada e pensava: pra falar palavrão no microfone eu falo tão bem, porque que pra falar das coisas de Deus eu não consigo? É porque até você se acostumar com o fogo do altar leva tempo! É o fogo queimando as impurezas ainda.

Testemunho - Quer ter vitória, anda no caminho do Senhor, obedece. Hoje eu não bebo não é porque eu não posso, é porque eu não quero. Eu quero ter comunhão com o meu Pai. Isso vai atrapalhar minha comunhão, então fora! Atitude inteligente é você andar por um caminho que te leva pra vida e não em um caminho que te leva pro buraco!

Vai pra vida e você vai ver que você é feliz sem uma gota de álcool! Sem um cigarro, sem uma droga, você vai ver que é feliz! Sem nada dessas porcarias, você vai ver que é feliz sem nenhuma dessas porcarias! Presença de Deus. Isso satisfaz o ser humano.


Rodolfo Abrantes


Ex-vocalista da banda "Os Raimundos"

Fonte do Texto: http://meninaaosolhosdopai.blogspot.com

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